Assunto Psi..



Teste projetivo.

TAT

Por processo TAT - Teste de Apercepção Temática, entende-se o conjunto dos mecanismos mentais implicados numa situação singular, no qual se pede ao sujeito para "imaginar" uma história a partir de 16 cartões, todos eles com imagens diferentes, onde se vê uma situação relacional.
É um teste projectivo em que cada prancha reenvia para um tema especifico.
Chama-se de Apercepção, sendo este um termo que provém da situação onde o sujeito se confronta com as imagens. A interpretação que lhes vai dar provém daquilo que ele percepciona e vê, mas também das memórias afectivas da experiência que o sujeito tem ou teve.
A hipótese fundamental era que o sujeito se identificasse com a personagem central e todas as outras personagens que fiquem na prancha, imaginando-os reportados ao meio envolvente real do sujeito.
Baseado na teoria psicanalítica, todos os cartões têm um conteúdo manifesto, ou seja, aquilo que a imagem mostra, e um conteúdo simbólico, que nos reenvia para as experiências vividas pelo sujeito.
Tem como objectivo demonstrar os modos de funcionamento dos indivíduos numa situação de conflito, o que importa saber é como ele organiza histórias em situações de conflito.
Aplica-se a partir dos 9 anos e não tem idade limite. A aplicação é feita numa única sessão e a instrução dada no início. No final, são analisadas as respostas com a ajuda de uma folha de análise.
A versão original era composta por 31 cartões divididos em várias séries, uma série só para adultos, outra série só para seres masculinos e outra só para mulheres. Hoje em dia, só se empregam 16 pranchas.
O TAT divide-se em várias séries, cada uma com um padrão de comportamento e com um modo de funcionamento mental associado, tendo em conta a cotação das respostas do indivíduo. Quanto mais respostas tiver de cada série, mais se enquadra nesse tipo de funcionamento.
A = série de rigidez - Tipo neuróticos.
Privilegia factores de rigidez, típicos de uma estrutura obsessiva como o distanciamento no tempo, a descrição excessiva de detalhes, a hesitação entre interpretações diferentes e o isolamento de elementos ou personagens. Este tipo de procedimento revela a tendência do sujeito em reprimir os seus afectos e em se referir predominantemente a conflitos interpessoais.
B = série da labilidade - Tipo neuróticos.
Reúne factores lábeis, típicos da histeria. Alguns procedimentos que caracterizam o modo de funcionamento são a fabulação, a dramatização, a presença de afectos fortes e exagerados, assim como a predominância de relações interpessoais. Toda a série tem algo de teatral e de dramático.
C = série da inibição - Processos que traduzem evitamento do conflito - Patologia fóbica.
C/P - processo próprios das fobias em que o evitamento e a fuga predominam. Corresponde a categoria de mecanismos de negação do conflito, que podem ser do tipo fóbico, factual ou maníaco.
C/N - processos da série narcísica - Patologia narcísica.
O funcionamento narcísico é caracterizado pela substituição do amor objectal pelo amor narcísico, que implica uma retracção libidinal e onde o sujeito investe em si mesmo, por o sujeito ser centrado na imagem de si e num sentimento de ameaça de morte se o outro não lhe confirme a imagem ideal.
C/M - funcionamento maníaco - patologia maníaca.
Traduz uma luta anti-depressiva, procura substituir as representações dos afectos em outros superinvestimentos.
C/C - processo relativo a condutas de acção, que podem estar ligadas a uma dificuldade de elaboração psíquica - Patologia de comportamento.
C/F - comportamento factual - processos que correspondem a uma acentuação de elementos da realidade exterior, ideias, preconceitos, etc. - Patologia de falso self.
E = série composta pela emergência dos processos primários. Podem revelar uma distorção da percepção, uma desorganização das sequências temporais, a inadequação ao tema ou falta de lógica no discurso.








            


                                                                                                               


Humanismo para Carl Rogers
Um postulado fundamental das abordagens existenciais é o de cada pessoa ser responsável por sua própria vida e maturidade. Para Rogers, as pessoas têm propensão inerente ao desenvolvimento e a maturidade, ou seja, inseparavelmente essa abordagem é por natureza do individuo. As pessoas são livres para exercer o controle sobre si mesmo; não são moldadas e nem impulsionadas.

Biografia
Carl Ransom Rogers nasceu em 08 de janeiro de 1902, em uma cidade perto de Chicago em (Oak Park).
Ele foi o quarto de seis filhos. Seu pai era um dos donos de uma companhia de engenharia civil bem sucedida. A família valorizava o trabalho árduo, ele foi criado em um ambiente estritamente religioso em que os laços familiares eram bem estreitos. Sua educação foi muito inflexível regida por deveres éticos.
Em um trecho de sua biografia Rogers disse (“Nós não dançávamos, não jogávamos cartas, não íamos ao cinema, não fumávamos, não bebíamos ou demonstrávamos qualquer interesse sexual”).
Ele ate confessou que se sentiu travesso quando tomou seu primeiro refrigerante.
A família mudou-se para uma fazenda a fim de que as crianças não conhecessem as tentações do contato com outras pessoas da cidade ou dos subúrbios.  Rogers sempre gostou de ler, e já lia muito bem.
Quando foi para a escola ficava sozinho lendo, e como já era de se esperar suas notas sempre foram altas.
Na fazenda de sua família ele aprendeu os fundamentos da agricultura de cunho cientifico, e acabou despertando interesse pela ciência da agricultura.
·         Inscreveu-se no curso de agricultura da universidade de Winsconsin.
·         Em 1924, formou-se em historia ( tendo perdido interesse pela agricultura). Ele assistiu ironicamente apenas uma aula de psicologia durante sua graduação. Naquele mesmo verão casou-se , embora sua família não tenha sido a favor, pois queria que ambos terminassem a graduação, mais mesmo assim ele casou-se.
·         Durante muitos anos depois de completar seus estudos em 1928, ele trabalhou com crianças. Seu primeiro emprego foi na sociedade Rochester para a prevenção da crueldade contra crianças, onde trabalhou com jovens delinquentes e desvalidos.
·         Em 1940 assumiu seu primeiro cargo acadêmico, como professor titular da universidade estadual de Ohio, é muito raro um professor começar no topo da carreira, mas Rogers acabava de lançar um influente obra, counseling and psychotherapy, publicada em 1942.
·         Em 1945 Rogers, foi para a universidade de Chicago a fim de criar um novo centro de aconselhamento.
·         Em 1957, Rogers aceitou um cargo conjunto em psicologia e psiquiatria na universidade de Wisconsin, onde encontrou um clima competitivo e hostil
·         Seu próximo passo foi afastar-se da vida universitária. Pela terceira vez em sua carreira, Rogers desistiu de um cargo permanente para começar uma nova fase de seu desenvolvimento profissional.
·         Em 1964 foi para o instituto de ciências do comportamento do oeste em La jolla, Califórnia com outros colegas formou, em 1968, o centro de estudos da pessoa.
Rogers foi um líder de organizações profissionais ao longo de toda a sua carreira.
Rogers morreu em 1987, aos 85 anos, de um ataque cardíaco. 


            


Abordagem Centrada na Pessoa

Rogers concebe o ser humano como fundamentalmente bom e curioso, que, porém, precisa de ajuda para pode evoluir. Enfim, a sua ação ao longo deste século, foi de um contínuo empenho no caminho da liberdade e da libertação das forças interiores do ser humano.
Essas forças internas do ser humano se mostram nos seus modos de ser. As idéias de Rogers evoluíram para uma visão de mundo e de homem chamada ACP (Abordagem Centrada na Pessoa). As proposições da ACP estão baseadas no pressuposto básico de que o ser humano possui em si mesmo as respostas para as suas inquietações e a habilidade necessária para resolver os seus problemas, para a modificação de seus autoconceitos, etc. Sendo assim, encontram-se dentro de si todos os mecanismos necessários para lidar consigo e com o outro. Um clássico exemplo dessa tendência é das batatas no porão. Ainda jovem,Rogers observara as batatas que ficavam depositadas no porão nos meses de escassez. Ele percebera que, mesmo num lugar frio e úmido, com pouca luz e quase nenhuma condição de sobrevivência, as batatas brotavam mesmos brancas e feias brotavam como se tivessem condições de torna-se uma planta de verdade, ali estaria a vida lutando para viver independente das condições. Para Rogers, essa força que impulsiona ao crescimento estaria presente também nos seres humanos e nos demais organismos vivos.
Podemos dizer que em cada organismo, não importa em que nível, há um fluxo subjacente de movimento em direção à realização construtiva das possibilidades que são inerentes. Há também nos seres humanos uma tendência natural a um desenvolvimento mais completo e mais complexo. A expressão mais usada para esse processo é a tendência realizadora ou à auto-atualização.
A teoria da personalidade por ele proposta deposita no sujeito a responsabilidade sobre seu comportamento. Esta tendência é uma função do organismo como um todo. A personalidade faz parte desse todo, enquanto uma estrutura interna, que se desenvolve a partir da experiência. É a personalidade que possui essa pré-disposição à auto-atualização. Por isso diz-se que o desenvolvimento é auto-dirigido.
Outro fator importante na ACP é o valor das relações interpessoais como facilitadora do crescimento pessoal. O homem não vive isolado, mas em sistemas de relações. O meio social tanto pode servir como o porão das batatas, dificultando o crescimento, como também pode ser um solo fértil e ensolarado facilitando o progresso.
   














A Psicanálise

Para a Psicanálise todos os nossos atos tem uma realidade exterior representada na nossa conduta e significados ocultos que podem ser interpretados.Usando de uma metáfora, poderíamos dizer que a vida consciente é apenas a ponta de um iceberg, cuja montanha submersa simboliza o inconsciente.



  • Contexto histórico

Antes do século XX e antes do trabalho de Sigmund Freud, não havia psicologia da personalidade. Sem dúvida havia explicações sobre diferenças individuais. Os grandes teólogos acreditavam que o comportamento humano era determinado pela influência divina, por um DEUS todo-poderoso que controlava ou inspirava tudo. Os teólogos mais seculares atribuíam a culpa de determinadas fragilidades ao demônio. Para os modelos médicos mecânicos, as pessoas eram influenciadas por fluidos internos. Até que Freud, influenciado por Darwin e outros cientistas, começou a investigar os fundamentos (as funções) da mente humana procurando as causas do comportamento anormal. Não havia uma psicologia da personalidade nem do comportamento humano, pois as áreas de interesse da psicologia na época era a percepção, a sensação e a aprendizagem, sendo seu objeto de estudo a experiência consciente.

Freud revolucionou ainda mais a psicologia quando enfatizou que a sexualidade era o principal elemento da personalidade e que as experiências da infância era de vital importância para a personalidade adulta – suposição, hoje, quase totalmente aceita nos círculos científicos e pela cultura popular, pois poucas pessoas duvidam de que o tratamento negligente ou ofensivo a uma criança pequena,  um abuso sexual por exemplo, pode gerar influências devastadoras ao longo de toda a sua vida. Além disso, Freud afirmou que a essência da personalidade era formada por volta dos cinco anos - idéia também amplamente aceita.

Em alguns casos, a teoria psicanalítica foi interpretada como teoria da estrutura física do cérebro, o que produziu resultados desastrosos. A psicocirurgia cerebral destinada a tratar problemas de personalidade tem uma história longa e repugnante. Na década de 40 utilizava-se a técnica da lobotomia pré-frontal. Os cirurgiões perfuravam o crânio, inseriam uma lâmina e cortavam os lobos cerebrais até que o paciente parecesse desorientado.
                                                                                                                                                             
Pelo fato de as pessoas em geral não terem consciência de suas pulsões e conflitos internos, Freud foi levado a investigar e a desenvolver uma outra contribuição influente – o conceito de inconsciente como parte da personalidade que contém forças ocultas impulsoras de todo comportamento.



A estrutura da personalidade


Segundo Freud, a personalidade é constituída por três grandes sistemas: o id, o ego e o superego. Embora cada uma dessas partes da personalidade total tenha suas próprias funções, propriedades, componentes, princípios de operação, dinamismo e mecanismos, elas interagem tão estreitamente que é difícil, senão impossível, desemaranhar seus efeitos e pesar sua relativa contribuição ao comportamento humano. O comportamento é quase sempre o produto de uma interação entre esses três sistemas; e raramente um sistema opera com a exclusão dos outros dois.


  • O id

O id é o sistema original da personalidade: ele é a matriz da qual se originaram o ego e o superego. O id consiste em tudo que é psicológico, que é herdado e que se acha presente no nascimento, incluindo os instintos. Ele é o reservatório da energia psíquica e fornece toda a energia para a operação dos outros dois sistemas. Ele está em estreito contato com os processos corporais, dos quais deriva sua energia. Freud chamou o id de “a verdadeira realidade psíquica” porque ele representa o mundo interno da experiência subjetiva e não tem nenhum conhecimento da realidade objetiva. O id não reconhece nem bem nem mal.
O id não tolera aumentos de energia, estes são experienciados como estados de tensão desconfortáveis. O nível de tensão expressa-se com o aumento da energia psíquica básica (energia libidinal). Quando o nível de tensão do organismo aumenta, como resultado de estimulação externa ou de excitações internamente produzidas, o id funciona de maneira a descarregar a tensão imediatamente e a fazer o organismo voltar a um nível de energia confortavelmente constante e baixo. Esse princípio da redução de tensão pelo qual o id opera é chamado de princípio do prazer.


  • O ego

O ego passa a existir porque as necessidades do organismo requerem transações apropriadas com o mundo objetivo da realidade. A pessoa faminta tem de buscar, encontrar e comer o alimento para que a tensão da fome seja eliminada. Isso significa que a pessoa precisa aprender a diferenciar entre uma imagem mnemônica do alimento e uma percepção real do alimento conforme ele existe no mundo externo. Tendo feito essa diferenciação crucial, é necessário converter a imagem em uma percepção, o que se consegue localizando-se o alimento no ambiente. A distinção básica entre o id e o ego é que o id só conhece a realidade subjetiva da mente ao passo que o ego distingue as coisas na mente das coisas no mundo externo.


  • O superego

O superego é o representante interno dos valores tradicionais e dos ideais da sociedade conforme interpretados para a criança pelos pais e impostos por um sistema de recompensas e de punições. O superego é a força moral da personalidade. Ele representa o ideal mais do que o real e busca a perfeição mais do que o prazer. Sua principal preocupação é decidir se alguma atitude é certa ou errada, para poder agir de acordo com os padrões morais autorizados pelos agentes da sociedade.
O superego, como árbitro moral internalizado de conduta,desenvolve-se em resposta às recompensas e punições. A consciência pune a pessoa, fazendo-a sentir-se culpada; o ideal do ego recompensa a pessoa, fazendo-a sentir-se orgulhosa. Com a formação do superego, o autocontrole substitui o controle parental.
As principais funções do superego são:
* Inibir os impulsos do id, especialmente aqueles de natureza sexual ou agressiva, uma vez que estes são os impulsos cuja expressão é mais condenada pela sociedade.
* Persuadir o ego a substituir objetivos realistas por objetivos moralistas.
* Buscar a perfeição.
Isto é, o superego está inclinado a se opor tanto ao id quanto ao ego e a reformar o mundo segundo sua própria imagem. Entretanto, ele é como o id ao ser não-racional e como o ego ao tentar exercer controle sobre os instintos. Contudo, diferentemente do ego, o superego não se satisfaz em adiar a gratificação instintiva; ele tenta bloqueá-la permanentemente.




  • O desenvolvimento da personalidade


Freud foi provavelmente o primeiro teórico da psicologia a enfatizar os aspectos desenvolvimentais da personalidade e em particular o papel decisivo dos primeiros anos do período do bebê e da infância como formadores da estrutura de caráter básica da pessoa. Na verdade, Freud considerava que a personalidade já estava muito bem formada pelo final do quinto ano de vida e que o desenvolvimento subseqüente era praticamente só a elaboração dessa estrutura básica. Ele chegou a essa conclusão com base em suas experiências com pacientes que se submetiam à psicanálise. Freud acreditava que “a criança é o pai do homem”. É interessante, em vista de sua forte preferência por explicações genéticas do comportamento adulto, que Freud raramente tenha estudado as crianças pequenas diretamente. Ele preferia reconstruir a vida passada da pessoa a partir de evidências fornecidas por lembranças adultas.
Segundo Freud, a personalidade se desenvolve em resposta a quatro fontes importantes de tensão (notada pelo aumento da energia psíquica básica):
* Processos de crescimento fisiológico
* Frustrações
* Conflitos
* Ameaças
Como uma conseqüência direta de aumentos de tensão emanado dessas fontes, a pessoa é forçada a aprender novos métodos de reduzir a tensão. Tal aprendizagem é o que seria o desenvolvimento da personalidade.




  • A dinâmica da personalidade


Freud considerava o organismo humano como um sistema complexo de energia que era obtida do alimento consumido e que gastava uma quantidade limitada de energia em propósitos variados como circulação, respiração, exercício muscular, perceber, pensar e lembrar. Freud não via nenhuma razão para supor que a energia que fornece o poder para respirar ou digerir fosse diferente, salvo em forma, da energia que fornece o poder para pensar e lembrar. Os físicos do século XIX insistiam firmemente que a energia tinha que ser definida em termos do trabalho que realiza. Se o trabalho consiste em uma atividade psicológica como pensar, é perfeitamente legítimo chamar essa forma de energia de energia psíquica. Segundo a doutrina da conservação da energia, ela pode ser transformada de um estado para outro, mas nunca se perde no sistema cósmico total. Disso decorre que a energia psíquica pode ser transformada em energia fisiológica e vice-versa. O ponto de contato ou a ponte entre a energia do corpo e a da personalidade é o id e seus instintos.

Instintos, ou pulsões, são forças biológicas do indivíduo que liberam a energia mental (fontes de estimulação no interior do corpo). Sua finalidade é reduzir a estimulação através de alguma atividade.
Freud descreve dois tipos de instinto (pulsão):
* Os instintos de vida, que se referem à autoconservação e à sobrevivência racial – forças criadoras que sustentam a própria vida;
* Os instintos de morte, que se referem à busca do retorno ao estado original – matéria orgânica. São forças destrutivas e podem ser de dentro pra fora, como na agressão e no ódio ou de fora pra dentro, como no suicídio e no masoquismo.

Portanto, Freud considera agressão, hostilidade e sexo forças importantes na personalidade.

Outro conceito importante na psicanálise que faz parte da dinâmica da personalidade é o de ansiedade: É a força indutora de tensão no comportamento que motiva a pessoa que motiva a pessoa a reduzir este estado de tensão exercendo determinado tipo de comportamento.

Freud assinalou três tipos de ansiedade:
1.    A objetiva - corresponde ao medo de perigos reais proveniente do mundo objetivo;
2.    A neurótica - corresponde ao medo do castigo suscetível de se seguir um comportamento discriminado, dominado pelo id;
3.    A moral - corresponde ao medo da consciência.


Sendo assim, sob a pressão de excessiva ansiedade, o ego às vezes é forçado a tomar medidas extremas para aliviar a pressão. Essas medidas são chamadas de mecanismos de defesa. As principais defesas são a repressão, a projeção, a formação reativa, a fixação e a regressão. Todos os mecanismos de defesa têm duas características em comum: Eles negam, falsificam ou distorcem a realidade e operam inconscientemente, de modo que a pessoa não tem consciência do que está acontecendo.

  • Repressão

Este é um dos primeiros conceitos da psicanálise. Antes de Freud chegar à sua formação final da teoria da personalidade em termos de id, ego e superego,ele dividiu a mente em três regiões: consciência, pré-consciência e inconsciência. O pré-consciente consistia no material psicológico que poderia  se tornar consciente quando surgisse a necessidade. O material no inconsciente, entretanto, era visto por Freud como relativamente inacessível à consciência - ele estaria em um estado de repressão. Quando Freud revisou sua teoria da personalidade, o conceito de repressão foi mantido como um dos mecanismos de defesa do ego. A repressão estaria no ego, e o que era reprimido, no id. Uma vez formadas, as repressões são difíceis de serem apagadas. A pessoa precisa reassegurar-se de que o perigo não mais existe, mas não pode obter essa segurança até a repressão se erguer e ela poder testar a realidade. É um círculo vicioso. É por isso que os adultos levam consigo muitos medos infantis. Eles nunca tem a chance de descobrir que esses medos não tem nenhuma base na realidade.




  • Formação reativa

Esta medida defensiva envolve substituir, na consciência, um impulso, ou sentimento ansiogênico, pelo seu oposto. Por exemplo, o ódio é substiuído pelo amor.
O impulso original ainda existe, mas é encoberto ou mascarado por outro que não causa ansiedade.
É comum a pergunta sobre como podemos distinguir uma formação reativa de uma genuína expressão de um impulso ou sentimento. Por exemplo,como o amor reativo pode ser diferenciado do amor verdadeiro? Normalmente, uma formação reativa é marcada por uma manifestação extravagante – a pessoa faz protestos exagerados – e pela compulsividade. As formas extremas de qualquer tipo de comportamento geralmente denotam uma formação reativa. Às vezes, a formação reativa consegue satisfazer o impulso original contra o qual a pessoa se defende, como quando uma mãe cobre o filho de afeição e atenção.




  • Fixação e regressão

O caminho da regressão normalmente é determinado pelas fixações anteriores da pessoa. Isto é, as pessoas tendem a regredir a um estágio no qual estiveram previamente fixadas. Se eram excessivamente dependentes quando crianças, é provável que se tornem mais uma vez excessivamente dependentes quando sua ansiedade atingir um nível intolerável.
A fixação e a regressão em geral são condições relativas: uma pessoa raramente se fixa ou regride completamente. Mais propriamente, a personalidade tende a incluir infantilismos, isto é, formas imaturas de comportamento, e predisposição a manifestar conduta infantil quando frustrada.  As fixações e as regressões são responsáveis pela irregularidade no desenvolvimento da personalidade.


  • Estágios de desenvolvimento


O modelo desenvolvimental de Freud baseia-se na suposição da sexualidade infantil. Isto é, os estágios representam uma sequência normativa de diferentes modos de gratificar os impulsos sexuais, e é a maturação física a responsável pela sequência de zonas erógenas e de estágios correspondentes. Os estágios são chamados “psicossexuais” porque são as pulsões sexuais que levam à aquisição das características psicológicas.
Cada estágio de desenvolvimento durante os primeiros cinco anos é definido em termos dos modos de reação de uma zona específica do corpo. Durante o primeiro estágio,que dura cerca de um ano,a boca é a principal região de atividade dinâmica. O estágio oral é seguido pelo desenvolvimento de catexias e de anticatexias em relação às funções eliminativas, o chamado estágio anal. Ele acontece no segundo ano de vida e é seguido pelo estágio fálico, em que os órgãos sexuais se tornam as zonas erógenas mais importantes. Esses estágios – oral, anal e fálico – são chamados de estágios pré-genitais. Em seguida as catexias dos estágios oral, anal e fálico  se fundem com os impulsos genitais. A principal função biológica do estágio genital é a reprodução. A organização final da personalidade representa contribuições dos quatro estágios.



  • Associação livre e análise dos sonhos

Após uma breve tentativa com o método da hipnose, Freud ficou sabendo de um novo método que fora usado com sucesso por seu amigo e colega Drº Joseph Breuer no tratamento de um caso de histeria. Esse método, que Breuer chamava de catarse ou “cura pela fala”, consistia em o paciente relatar os detalhes do aparecimento de cada um dos sintomas, depois do que os sintomas desapareciam. A partir  desse método, Freud gradualmente desenvolveu seu método inigualável da associação livre.
Em essência, o método da associação livre requer que o paciente diga tudo o que lhe vem à consciência, por mais ridículo ou inadequado que possa soar. Diferentemente do método catártico, o método da associação livre não pára na origem dos sintomas. Ele permite, que os pacientes falem sobre qualquer coisa que lhes ocorrer,sem restrições e sem qualquer tentativa de produzir um discurso lógico,organizado e significativo. O terapeuta fica sentado, escutando, ocasionalmente estimula quando o fluxo verbal do paciente se esgota, mas não interrompe quando o paciente está falando. A fim de reduzir ao máximo a influência de distrações externas, o paciente normalmente fica deitado em um divã, em uma sala tranqüila.
Freud observou que, quando prevaleciam essas condições, o paciente eventualmente começava a falar sobre as memórias de suas experiências infantis iniciais. Tais memórias proporcionaram a Freud seu primeiro insight real sobre a formação da estrutura da personalidade e seu desenvolvimento subseqüente. Esse método de reconstruir o passado a partir de verbalizações atuais pode ser comparado com o método desenvolvimental de observar o desenvolvimento da personalidade do período de bebê à idade adulta.

A análise dos sonhos não é um método separado do método da associação livre, ele é a conseqüência natural da instrução dada ao paciente para que fale sobre tudo que lhe vier à mente. Freud logo percebeu que os sonhos relatados e as associações livres concomitantemente eram fontes de informação especialmente rica sobre a dinâmica da personalidade humana. Sendo assim, passa a analisar os próprios sonhos e formula a teoria que diz: O sonho é uma expressão dofuncionamento e dos conteúdos mais primitivos da mente humana.

O processo primitivo que cria o sonho demomina-se processo primário. Este tenta realizar um desejo ou descarregar uma tensão ao induzir uma imagem do objetivo desejado. No sonho existe o conteúdo manifesto – o que é narrado – e o conteúdo latente – símbolos repletos de significados. A interpretação desses símbolos é tarefa do analista. Freud conseguiu descobrir fundamentos da personalidade ao fazer seus pacientes associarem livremente sobre os sonhos além de aplicar o método da coerência interna – acumulava grande quantidade de dados coletados das narrativas de seus pacientes, no consultório, e posteriormente os analisava fazendo associações.

Logo em seguida busca fazer uma autoanálise durante um período dois nos avaliando diariamente seus próprios sonhos. E apartier desse escrutínio inventigativo confirma a teoria dos sonhos e a teoria da sexualidade infantil.



As idéias de Freud são interpretadas à luz do conhecimento moderno

Emoção e motivação inconscientes

Há alguma evidência de que parte da mente, repleta de forças emocionais, está fora do alcance da consciência?

O conceito de motivação inconsciente é sem dúvida apoiado por pesquisas sobre emoções, o que indica que estamos emocionais e motivacionais como a raiva podem existir independentemente do pensamento. Algumas dessas pesquisas valem-se de estudos sobre o cérebro que revelam sistemas neurológicos distintos. Em outras palavras, ao longo da evolução desenvolveram-se circuitos nervosos no cérebro humano relativamente independentes de funções corticais superiores envolvendo o pensamento. Esses circuitos podem desencadear emoções mesmo se não forem precipitado por um nível superior (cortical) de pensamento.
Uma outra pesquisa sobre determinadas emoções revela que elas são inatas,universais. Estão associadas neuronalmente a expressões faciais e podem ser induzidas de modo independente(cognição). Todas essas pesquisas são compatíveis com a opinião de Freud de que podemos experimentar um despertar interno de sentimentos e emoções que não compreendemos ou não avaliamos cognitivamente. Freud pode não deve ter conhecido as estruturas biológicas precisas que abrangem o cérebro, mas muitas de suas conjecturas estavam na direção certa.






Descartes e a psicologia


     Descartes nasceu na França em 31 de março de 1596, teve uma vida confortável. Aos 21 anos, serviu como voluntário nos exércitos da Holanda, da Bavária e da Hungria e ficou conhecido como um espachim ousado e habilidoso.


     Seu único romance mais duradouro foi o relacionamento de três anos com a holandesa Helena Jans, que deu a luz a sua filha Francine, que faleceu aos 5anos de idade em seus braços, assim vivenciou “a mais profunda dor de seu vida”. Permaneceu solteiro pelo resto de sua vida. Descartes escreveu muitos trabalhos relacionados com a matemática e filosofia. Sua crescente fama chamou atenção dos poderosos da época.
       O trabalho mais importante de Descartes para o desenvolvimento da Psicologia moderna foi a tentativa de resolver o problema mente-corpo (questão da distinção entre as qualidades física e mental). Antes de Descartes, a teoria predominante afirmava ser a interação entre a mente e o corpo essencialmente unilateral. A mente era capaz de exercer grande influência sobre o corpo, enquanto o corpo exercia pouco efeito sobre a mente. Na sua visão, a mente e o corpo eram realmente compostos de diferentes essências. Na teoria da interação mente-corpo de Descartes, a mente influencia o corpo e a influencia do corpo deste sobre a mente era maior do que se acreditava.                             Descartes introduziu uma abordagem para a questão que perdurava havia tanto tempo, ou seja o problema mente e corpo e concentrou sua atenção na dualidade físico-psicológico. Assim, redirecionou a atenção dos pesquisadores, que passaram do conceito teológico abstrato da alma para o estudo científico da mente e dos processos mentais.
       Desse modo, os cientistas acabaram aceitando a mente e o corpo como duas entidades separadas. A idéia revolucionária de Descartes afirma que a mente e o corpo, embora distintos, são capazes de interagir sobre o corpo do mesmo modo que na mente.
     Descartes foi influenciado pelo espírito mecanicista da época, refletido nos relógios mecânicos e nos robôs.  Quando morou em Paris, ficou encantado com as maravilhas mecânicas instaladas nos jardins reais. Quando descrevia o corpo humano, fazia referência direta as figuras mecânicas que vira. Comparava os nervos do corpo humano aos canos dentro dos quais corria a água e os músculos e tendões as engrenagens e molas. Os movimentos do robô não resultavam da ação voluntária da máquina, mas de ações externas como, por exemplo, a pressão da água. A natureza involuntária desses movimentos refletia-se na observação de Descartes, de que os movimentos corporais, muitas vezes ocorrem sem a intenção consciente do indivíduo.
       Descartes é definido como o autor da teoria do ato reflexo (à idéia de um objeto externo (Estímulo) pode provocar uma resposta involuntária). Essa teoria é precursora da moderna psicologia Behaviorista de estímulos e respostas, cuja idéia consiste na possibilidade de um objeto externo (estímulo) provocar uma resposta involuntária, como a perna que solta quando o médico bate no joelho com um pequeno martelo. O comportamento reflexo não envolve pensamento nem processo cognitivo: parece ser mecânico ou automático. De acordo com a teoria de Descartes, a mente é imaterial,  ou seja, não tem substância física, mas é provido de capacidade de pensamento e de outros processos cognitivos.
       A doutrina das idéias de Descartes também exerceu profunda influência no desenvolvimento da psicologia moderna. Ele afirmava ser a mente produtora de dois tipos de idéias: as  derivadas que surgem da aplicação direta de estímulos externos, tais como o som do sino ou a imagem de uma arvore são produtos das experiências dos sentidos. As idéias inatas surgem da mente ou da consciência independente das experiências sensoriais ou dos estímulos e externos, não são produzidas por objeto do mundo externo que invadem os sentidos mais desenvolvidos a partir da mente ou do consciente. Embora as idéias inatas possam existir independentemente das sensações é possível serem percebidas na presença das experiências adequadas. Entre as idéias inatas identificadas por Descartes está Deus, o eu, a perfeição e o infinito.
O trabalho de Descartes serviu como catalisador das diversas tendências convergentes da nova Psicologia. Dente as contribuições sistemáticas mais importantes destacam-se:
·         A concepção mecanicista do corpo
·         A teoria do ato reflexo
·         A interação mente-corpo
·         A localização das funções mentais no cérebro
·         A doutrina das idéias inatas
       Descartes morreu em 11 de fevereiro de 1650, conseqüência de pneumonia. Após 16 anos de morte de Descartes, seus amigos decidiram que os despojos deveriam retornar à França. Enviaram a Suécia um caixão que era pequeno demais parar conter os restos mortais. Assim as autoridades suecas decidiram cortar a cabeça e enterrá-la até que outras providencias fossem tomadas. Enquanto os restos mortais de Descartes eram preparados para a viagem de retorno para casa, o embaixador Francês na Suécia decidiu guardar um Souvenir e cortou-lhe o dedo indicador direito. O corpo, agora sem a cabeça e sem um dedo, foi sepultado em Paris em meio a muita pompa e cerimônia. Algum tempo depois, um oficial do exercito sueco desenterrou o crânio de Descartes e guardou-o de lembrança. Durante 150 anos ele passou de um colecionador para outro ate ser finalmente enterrado em Paris.
       Os cadernos e os manuscritos de Descartes foram enviados para Paris depois da sua morte. Porém o navio afundou pouco antes de atracar e os papeis estiverem submersos por três dias. O trabalho de restauração levou 17 anos para tornar possível a publicação


No séc. XVII, o mundo se encontrava em um grande avanço tecnológico, por causa da invenção da máquina. Dentre elas a que mais se destacou foi o relógio. Com todo esse avanço tecnológico, os cientistas passaram a ver o mundo como uma grande máquina, e tudo passou a ser explicado de modo mecanicista, atomista e empiricista.
    No campo da filosofia, essa nova maneira de ver o universo, teve influências sobre a psicologia, primeiramente com René Descartes, que para muitos inaugurou a psicologia moderna. Ele fez analogias do corpo humano com o mecanismo de um relógio. Veremos mais adiante algumas de suas descobertas.
   Uma de suas maiores contribuições, foi o estudo que ele fez, com o intuito de resolver a grande questão da mente e do corpo, que sempre foi discutida, no sentido de saber se a mente e o corpo eram entidades distintas. Antes de Descartes a teoria mais aceita era a de que ambos eram distintos, sendo que a mente exercia mais controle sobre o corpo do que ele sobre ela. Ele aceita essa distinção, modificando apenas no fato de que o corpo pode exercer sobre a mente um poder maior do que antes se achava. Quando nos movimentamos, por exemplo, a mente decide e os músculos e os nervos realizam o movimento. O lugar onde a mente e o corpo se interagem é a grândula pineal ou conarium, uma estrutura cerebral única, que por isso foi para Descartes uma escolha lógica.
  Descartes, que era influenciado pelo pensamento mecanicista de sua época, dizia que ocorpo humano é como uma máquina, e passou a explicar os processos fisiológicos pela física.
 Outra grande contribuição de Descartes para a psicologia foi a teoria da ação reflexa,que foi precursora da moderna psicologia comportamental do estímulo - resposta (E - R) , que ocorre quando um objeto externo causa uma reação indesejada.
  Segundo Descartes a mente só tinha a função de pensar, e embora fosse imaterial, podia abrigar o pensamento e a consciência, e com isso gerar o conhecimento.
  Para Descartes a mente produz dois tipos de idéias: as idéias derivadas e as idéias inatas. As idéias derivadas nos ocorre quando recebemos informação de fora, po exemplo, um simples canto de passáros. Já as idéias inatas ocorrem sem um estímulo de fora, pois ocorrem dentro da mente. As vezes pode acontecer de uma idéia inata, ocorrer sobre um estímulo favorável de fora.

Fonte: SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. história da psicologia moderna.16. ed. São Paulo: Cultrix, 2002. 439 p. ISBN (Broch.).
 




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